Philip Larkin
Philip Larkin , poeta, romancista e crítico britânico, nasceu em Coventry, em 1922. Estudou na Universidade de Oxford. O seu livro de poesia, The Less Deceived (1955), consagrou-o como escritor ao denunciar o entusiasmo político da década de 1930 e os excessos emocionais da poesía da década de 1940. A sua poesia anti-romântica combina palavras rudes e duras com a ingenuidade, a elegância e a compaixão.
Outras obras destacáveis são The North Ship (1945), High Windows (1955), onde reflecte a sua preocupação com a morte e The Whitsun Weddings (1964). Larkin foi bibliotecário da Universidade de Hull a partir de 1955 e crítico de jazz do jornal The Daily Telegraph (1961-1971). Os seus ensaios sobre jazz estão reunidos num livro, All What Jazz (1970). Vários outros ensaios foram publicados num volume, Required Writing (1983).
Larkin morreu no dia 2 de Dezembro de 1985.
Ler mais: poemas e links / Wiki / interestingliterature
Seja assim o Poema
Fodem-te a vida, o papá e a mamã,
Mesmo que não seja essa a intenção.
Deixam-te todos os vícios que tenham
E mais dois ou três, por especial atenção.
Mas no tempo deles também foram fodidos
Por tolos trajando jaquetão e coco.
Que quando não estavam piegas ou hirtos
Saltavam, raivosos, à veia, ao pescoço.
E assim é legada a infelicidade,
Vai mais e mais fundo, como o fundo do mar.
Foge mal tenhas oportunidade
E quanto a teres filhos – isso nem pensar.
Poema solar
Face leonina em suspenso
Transbordando no centro
De um céu desocupado,
Como estás imóvel
E como, sem amparo,
Flor solitária e sem caule,
Serves libações sem recompensa.
O olhar vê-te
Simplificado pela distância
Como uma origem,
A tua cabeça em pétalas de chamas
Explodindo sem cessar.
O calor é o eco do teu
Ouro.
Cunhado no plano
Dos solitários do horizonte,
Existes abertamente.
Hora a hora, as nossas carências
Ascendem e regressam como anjos.
Descerrando como uma mão,
Tu dás para sempre.
Janelas Altas
Quando vejo um casal de miúdos
E percebo que ele a anda a foder e ela
Usa um diafragma ou toma a pílula
Sei que isto é o paraíso
Com que os velhos sonharam toda a vida –
Compromissos e gestos postos de lado
Que nem debulhadora fora de moda,
E toda a gente nova a descer pelo escorrega,
Interminavelmente, para a felicidade. Será
Que alguém olhou para mim há quarenta anos,
E pensou: Isso é que vai ser boa vida,
Nada de Deus ou de suores nocturnos,
Ou medo do inferno, ou ter de esconder
Do padre aquilo em que se pensa. Ele
E a malta dele, c’um raio, hão-de ir todos pelo escorrega
Abaixo, livres que nem pássaros? E de imediato
Em vez de palavras, vêm-me à ideia janelas altas:
O vidro que acolhe o sol, e mais além
O ar azul e profundo, que não revela
Nada e está em lado nenhum e não tem fim.
VERS DE SOCIÉTÉ
Eu e a minha mulher convidámos uns merdosos
Para virem esbanjar o tempo deles e o nosso:
Não quer juntar-se a nós? O raio que te parta, amigo.
O dia vai chegando ao fim.
A lareira a gás respira, as árvores agitam-se obscuramente.
E é assim: Caro Warlock-Williams, Lamento...
É curioso como custa estar sozinho.
Metade dos serões, se quisesse, podia passá-los
Baliçando um cálice de xerez, e inclinado
Para ouvir o palrar de uma gaja qualquer
Que nunca leu mais que revistas de mulheres;
Pense-se em todo o tempo livre que fluiu
Directamente para o nada ao ser preenchido
Com garfos e faces, em vez de ser retribuído
Sob um candeeiro, ouvindo o barulho do vento
E olhando pela janela para a lua minguante
Como lâmina afiada pelo ar.
Uma vida, e contudo em tom sério se declara
Que toda a solidão é egoísta. Ninguém hoje
Crê no eremita com o seu prato e capote
A falar com Deus (que também partiu); o que mais se quer
É ter gente simpática connosco, e isso requer
Que de algum modo se retribua.
A virtude é social. Trata-se, então, com estas rotinas,
De fingir que se é bom, como ao ir à igreja?
Algo que aborrece, que não fazemos bem
(Perguntar àquele asno pelo seu estudo imbecil),
Mas tentamos sentir, porque, mesmo toscamente,
Nos mostra como deveria ser?
Subtil, por demais. E correcto demais. Que diabo,
Só os jovens podem estar sós todo o dia.
Agora o tempo escasseia para ter companhia,
E sentar-se junto ao candeeiro traz, as mais das vezes,
Não a paz, mas outras coisas.
Para lá da luz sussurram o fracasso e o remorso:
Caro Warlock-Wiliams: Será com muito gosto...
Para a praia
Avançar sobre o murete que separa
A estrada do passeio à beira mar
Recorda, vívido, o que em tempos conheci:
A alegria em miniatura das praias.
Tudo se amontoa sob um baixo horizonte:
Praia íngreme, mar azul, toalhas, toucas garridas,
Desmaio sussurrado e repetido de ondinhas
Sobre a areia clara e quente, e mais ao longe,
Encalhado na tarde, o casco branco de um vapor-
E ainda é assim, tudo, tudo é assim!
Deitar-se, comer, dormir com as ondas em fundo
(De ouvidos nos transistores, um som remansado
Debaixo do céu),ou levar pela mão, para baixo e para cima,
Meninos acanhados, de folhos brancos
E agarrando-se ao ar imenso: ou empurrar
Velhos hirtos em cadeiras de rodas, para gozarem
Um último Verão- tudo isto ainda acontece,
Em parte um prazer de cada ano, em parte um ritual,
Como quando, feliz por estar só, eu procurava
Na areia cromos de Jogadores de Cricket,
Ou, muito antes, os meus pais se conheceram
Ao som do mesmo cacarejar de praia.
Alheio agora a tudo isso, observo a cena sem nuvens:
A mesma água límpida sobre seixos polidos,
Ao longe a voz dos banhistas em protestos agudos,
Já no limiar e depois os charutos baratos,
Os papéis de chocolates, as folhas de chá e, entre
As rochas, as latas a enferrujar, até que umas poucas
Famílias começarm o caminho de volta aos carros.
O vapor branco já partiu. Como vidro embaciado,
A luz do sol esbranquiçou. Se a pior coisa
De um tempo imaculado é não estarmos à altura,
Pode ser que com o hábito esta gente refine,
Vindo a banhos tão sem jeito despida
Ano após ano, ensinando os seus filhos com uma espécie
De momice; e ajudando os velhos, também, como deve ser.
Tradução: Rui Carvalho Homem
de Janelas Altas, Edições Cotovia, 2004
Voltando para a cama aos apalpões depois de mijar
Abro as espessas cortinas e sinto um sobressalto
Ao ver as nuvens velozes e a limpidez da lua.
Quatro da manhã: os jardins de sombras agrestes
Sob um céu cavernoso, espicaçado pelo vento.
Há nisto tudo algo que faz rir,
A lua a correr por entre as nuvens ralas
Como fumo de canhão acaba por se destacar
(Luz cor de pedra aguça as arestas dos telhados)
Elevada, insensata e solitária -
Pastilha do amor! Medalhão da arte!
Oh, lobos da memória! Imensidões! Não,
Virado lá para cima sinto um leve arrepio.
Esse olhar tão singularmente duro e claro
Tão amplo, tão fixo e penetrante
Traz à memória a intensidade e a dor
De ser jovem; e recorda que nada disso vai voltar,
Mas existe plenamente, noutro sítio, para outros.
tradução: Maria Teresa Guerreiro
divulgado por Carla De Elsinore
Delay, well, travellers must expect
Delay. For how long? No one seems to know.
With all the luggage weighed, the tickets checked,
It can't be long... We amble too and fro,
Sit in steel chairs, buy cigarettes and sweets
And tea, unfold the papers. Ought we to smile,
Perhaps make friends? No: in the race for seats
You're best alone. Friendship is not worth while.
Six hours pass: if I'd gone by boat last night
I'd be there now. Well, it's too late for that.
The kiosk girl is yawning. I fell stale,
Stupified, by inaction - and, as light
Begins to ebb outside, by fear, I set
So much on this Assumption. Now it's failed
gravura: Philip Larkin by Lawrence Whitehead
Beyond all this, the wish to be alone:
However the sky grows dark with invitation-cards
However we follow the printed directions of sex
However the family is photographed under the flagstaff -
Beyond all this, the wish to be alone.
Beneath it all, desire of oblivion runs:
Despite the artful tensions of the calendar,
The life insurance, the tabled fertility rites,
The costly aversion of the eyes from death -
Beneath it all, desire of oblivion runs.
poema encontrado na janela
Since the majority of me
Rejects the majority of you,
Debating ends forwith, and we
Divide. And sure of what to do
We disinfect new blocks of days
For our majorities to rent
With unshared friends and unwalked ways,
But silence too is eloquent:
A silence of minorities
That, unopposed at last, return
Each night with cancelled promises
They want renewed. They never learn
Talking In Bed
Talking in bed ought to be easiest,
Lying together there goes back so far,
An emblem of two people being honest.
Yet more and more time passes silently.
Outside, the wind's incomplete unrest
Builds and disperses clouds about the sky,
And dark towns heap up on the horizon.
None of this cares for us. Nothing shows why
At this unique distance from isolation
It becomes still more difficult to find
Words at once true and kind,
Or not untrue and not unkind.
Conversar na cama
Conversar na cama devia ser muito mais fácil.
Vem de tão longe nela nos deitarmos juntos
Símbolo de dois indivíduos a serem sinceros
Mas cada vez mais tempo passa em silêncio,
Lá fora, a agitação imperfeita do vento
Edifica e dispersa nuvens à volta do céu.
E cidades sombrias carregam o horizonte.
Nada disto quer saber de nós. Nada revela porquê,
A uma distância tão grande da solidão,
Se torna ainda mais difícil encontrar
De repente palavras sinceras e simpáticas
Ou não insinceras e não antipáticas.
original e tradução encontrados aqui
Aubade
I work all day, and get half-drunk at night.
Waking at four to soundless dark, I stare.
In time the curtain-edges will grow light.
Till then I see what's really always there:
Unresting death, a whole day nearer now,
Making all thought impossible but how
And where and when I shall myself die.
Arid interrogation: yet the dread
Of dying, and being dead,
Flashes afresh to hold and horrify.
The mind blanks at the glare. Not in remorse
-- The good not done, the love not given, time
Torn off unused -- nor wretchedly because
An only life can take so long to climb
Clear of its wrong beginnings, and may never;
But at the total emptiness for ever,
The sure extinction that we travel to
And shall be lost in always. Not to be here,
Not to be anywhere,
And soon; nothing more terrible, nothing more true.
This is a special way of being afraid
No trick dispels. Religion used to try,
That vast moth-eaten musical brocade
Created to pretend we never die,
And specious stuff that says No rational being
Can fear a thing it will not feel, not seeing
That this is what we fear -- no sight, no sound,
No touch or taste or smell, nothing to think with,
Nothing to love or link with,
The anaesthetic from which none come round.
And so it stays just on the edge of vision,
A small unfocused blur, a standing chill
That slows each impulse down to indecision.
Most things may never happen: this one will,
And realisation of it rages out
In furnace-fear when we are caught without
People or drink. Courage is no good:
It means not scaring others. Being brave
Lets no one off the grave.
Death is no different whined at than withstood.
Slowly light strengthens, and the room takes shape.
It stands plain as a wardrobe, what we know,
Have always known, know that we can't escape,
Yet can't accept. One side will have to go.
Meanwhile telephones crouch, getting ready to ring
In locked-up offices, and all the uncaring
Intricate rented world begins to rouse.
The sky is white as clay, with no sun.
Work has to be done.
Postmen like doctors go from house to house.
Cantiga do amanhecer
Trabalho todo o dia e à noite bebo.
Acordado às quatro para o silêncio escuro, olho .
Em breve crescerá a luz na orla das cortinas.
Entretanto vejo o que realmente sempre ali esteve:
a morte inquieta, agora um dia mais próximo,
impedindo qualquer pensamento a não ser como
e onde e quando eu próprio hei-de morrer.
Pergunta vã: contudo o pavor
de morrer, e de estar morto,
de novo lampeja para tolher e horrorizar.
A mente esvai-se no fulgor. Não com remorso
- o bem que não se fez, o amor que não se deu, o tempo
mal gasto- nem com perfídia porque
cada vida pode levar muito tempo a ultrapassar
os seus errados começos, e talvez nunca;
mas para sempre no vazio absoluto,
é certo que viajamos para a extinção
e para sempre perdidos . Para não estar aqui,
para não estar em nenhum lugar,
em breve; nada mais terrível, nada mais verdadeiro.
Esta é uma maneira particular de ter medo.
Sem recorrer a truques. A religião sempre usou,
um vasto brocado musical, roído pelas traças,
criado para fingir que nós nunca morremos,
e aquele sofisma da treta que diz Nenhum ser racional
pode temer o que não sentirá, sem perceber
que é precisamente isso que receamos - não ver, não ouvir,
nenhum toque ou gosto ou cheiro, nada em que pensar,
nada para amar, nada com que se unir,
a profunda anestesia sem retorno.
E assim permanece na margem da visão,
uma pequena mancha desfocada, um calafrio contínuo
que arrasta cada impulso até à indecisão.
Muitas coisas podem não chegar a acontecer: esta acontece,
e quando vem arrebata o medo
que arde na fornalha, quando nos apanha
sem companhia de gente ou de bebida, de nada vale a coragem:
apenas significa não assustar os outros. Ser bravo
não livra ninguém da sepultura.
A morte é sempre igual quer se resista ou não.
Lentamente a luz aumenta, e o quarto ganha forma,
Firme como um roupeiro permanece o que sabemos,
sempre soubemos, é certo que ninguém escapa,
mas não conseguimos aceitar. Algum dos lados perderá.
Entretanto aprontam-se os telefones prestes a tocar
dentro de escritórios trancados, e toda a humanidade
dividida, confusa e desleixada, começa a despertar.
O céu está branco como argila, sem sol.
Há trabalho para fazer.
Os carteiros, como os médicos, vão de porta em porta.
original e tradução (colectiva) encontrados aqui
Dawn
To wake, and hear a cock
Out of the distance crying,
To pull the curtains back
And see the clouds flying
- How strange it is
For the heart to be loveless, and cold as these.
Aurora
Acordar e ouvir um galo
Ao longe gritando,
Afastar as cortinas
E ver as nuvens flutuando
- Como é estranho
O coração estar sem amor, e frio como isto
publicado e traduzido por Amélia Pais
II
This was your place of birth, this daytime palace,
This miracle of glass, whose every hall
The light as music fills, and on your face
Shines petal-soft; sunbeams are prodigal
To show you pausing at a picture’s edge
To puzzle out the name, or with a hand
Resting a second on a random page –
The clouds cast moving shadows on the land.
Are you prepared for what the night will bring?
The stranger who will never show his face,
But asks admittance; will you greet your doom
As final; set him loaves and wine; knowing
The game is finished when he play his ace,
And overturn the table and go into the next room?
II
Este foi o lugar onde nasceste, este palácio de dia,
Este milagre de vidro, e todos os salões
A luz inunda-os como música, e brilha
Suave na tua face, uma pétala; um sol pródigo
Expõe a tua pausa junto dum quadro, tentas
Decifrar o nome do pintor; ou a tua mão
Por um segundo parada numa página qualquer.
Nuvens projectam sombras moventes sobre a terra.
Estás pronta para o que te vai trazer a noite?
O estranho que não mostra nunca o rosto
Mas quer entrar; saudarás a tua sina inescapável
Partilhando com ele pão e vinho, embora saibas
Que perdido esta o jogo quando ele abrir o ás?
E subvertes as normas passando ao quarto seguinte?
tradução: Maria Teresa Guerreiro
de Philip Larkin - Uma Antologia, Fora do texto, 1989
XXIV
Love, we must part now: do not let it be
Calamitous and bitter. In the past
There has been too much moonlight and self-pity:
Let us have done with it: for now at last
Never has sun more boldly paced the sky,
Never were hearts more eager to be free,
To kick down worlds, lash forests; you and I
No longer hold them; we are husks, that see
The grain going forward to a different use.
There is regret. Always, there is regret.
But it is better that our lives unloose,
As two tall ships, wind-mastered, wet with light,
Break from an estuary with their courses set,
And waving part, and waving drop from sight.
***
Amor, temos de nos separar agora: nada nisso haja
De amargura ou ansiedade. No passado tivemos
Luar e dor de nós a mais: acabemos
Já com tudo issso, pois hoje enfim
O sol percorre o céu com inédita ousadia
Os corações querem, como nunca, libertar-se,
Assaltar mundos, rasgar florestas; tu e eu
Já os não detemos: somos espigas que vêem
O grão tombar para cumprir outros destinos.
Fica a saudade. Fica sempre a saudade.
Mas é melhor soltar amarras às nossas vidas,
Como duas galeras ao vento, encharcadas de luz,
Partem num estuário com rumos já traçados,
E num adeus se afastam, num adeus se perdem de vista.
de Philip Larkin-Uma Antologia; Fora do texto, 1989
tradução: Maria Teresa Guerreiro
In this dream that dogs me I am part
Of a silent crowd walking under a wall,
Leaving a football match, perhaps, or a pit,
All moving the same way. After a while
A second wall closes on our right,
Pressing us tighter. We are now shut in
Like pigs down a concrete passage. When I lift
My head, I see the walls have killed the sun,
And light is cold. Now a giant whitewashed D
Comes on the second wall, but much too high
For them to recognise: I await the E,
Watch it approach and pass. By now
We have ceased walking and travel
Like water through sewers, steeply, despite
The tread that goes on ringing like an anvil
Under the striding A. I crook
My arm to shield my face, for we must pass
Beneath the huge, decapitated cross,
White on the wall, the T, and I cannot halt
The tread, the beat of it, it is my own heart,
The walls of my room rise, it is still night,
I have woken again before the word was spelt.
poema encontrado aqui
If hands could free you, heart,
Where would you fly?
Far, beyond every part
Of earth this running sky
Makes desolate? Would you cross
City and hill and sea,
If hands could set you free?
I would not lift the latch;
For I could run
Through fields, pit-valleys, catch
All beauty under the sun--
Still end in loss:
I should find no bent arm, no bed
To rest my head.
poema encontrado aqui
Se mãos te libertassem, coração,
Para onde voarias?
Longe, para além de todas as partes
Do mundo que este céu fugidio
Torna solitário? Atravessarias
Cidades e montes e mar,
Se mãos te pudessem libertar?
Eu não levantarei o trinco;
Porque pudesse eu fugir
Pelos campos, fundos vales, apanhar
Toda a beleza debaixo do sol –
Ainda assim perderia:
Não encontraria encosto, nem cama
Onde descansar a alma.
tradução: Sandra Costa
Continuing to live - that is, repeat
A habit formed to get necessaries -
Is nearly always losing, or going without.
It varies.
This loss of interest, hair, and enterprise -
Ah, if the game were poker, yes,
You might discard them, draw a full house!
But it's chess.
And once you have walked the length of your mind, what
You command is clear as a lading-list.
Anything else must not, for you, be thought
To exist.
And what's the profit? Only that, in time,
We half-identify the blind impress
All our behavings bear, may trace it home.
But to confess,
On that green evening when our death begins,
Just what it was, is hardly satisfying,
Since it applied only to one man once,
And that one dying.
lido aqui